Estou acompanhando a Novela Vale Tudo desde o início. Ontem eu assisti uma cena muito sensível da Heleninha( Paolla Oliveira) angustiada, após ter visto o coração de Ivan (Renato Goes) bater acelerado ao ver Raquel (Taís Araújo) os beijos com novo affair, Otávio (Breno da Matta)
A cena é de resistência, é sensível, difícil de se falar. A personagem e o mal eminente na queda. Ela liga para a terapeuta, expõe o que aconteceu e a cena vai ficando melancólica, rica em expressividade sensível e o tom nos ganha, entramos no emaranhado de amarguras e insegurança da personagem.
A Heleninha se desencanta, salta para um novo processo: a resistência ao vício. A garrafa cai e a poesia se vai em doses, sangra e jorra uma gota de esperança em meio as nuances de tinta.
Estamos vivendo um momento de incompreensão, talvez porque não paramos muito para sentir. As duas telas virou a duas versões quando se fala em remake.
Se avalia um personagem com a ótica de outra sociedade e outro contexto. Quem se prende nisso, não pode vê o novo, que nos desperta para sentir a construção da personagem por uma atriz que se desafia e se joga em voo alto e salta sem ter medo de arriscar no que é extraordinário.
O que de fato existe é que não estávamos preparados para um remake da “Novela das Novelas”. E nem prontos para novas possiblidades dessas personagem criadas na década 80 ultrapassar o tempo e chegar ao auge do novo século.
No meu ver, a atuar não é um ato canônico, imutável. Se transforma no espaço geográfico e pelo tempo.
Ao ver Paolla Oliveira entregando sua sensível Eleninha, a gente vê, sente e depois fala: Absolute Atriz. Jamais seria zero. o possível somente é dez pra Heleninha.
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