“A Hora do Mal” lidera bilheterias e reacende debate sobre o futuro do audiovisual brasileiro

Por Redação

O sucesso de A Hora do Mal, que estreou como a terceira maior abertura de um filme de terror no Brasil em 2025, não apenas movimentou as bilheteiras — ele também reacendeu discussões sobre o futuro da indústria audiovisual nacional, especialmente diante da crescente influência das plataformas de streaming.

Embora o filme esteja em cartaz nos cinemas, sua distribuição internacional e o modelo de negócios por trás dele ilustram uma tendência: cada vez mais, grandes produções são financiadas ou adquiridas por conglomerados globais que operam tanto no cinema quanto no streaming. Isso levanta uma questão estratégica para o Brasil: como garantir que o mercado audiovisual nacional se fortaleça diante dessa nova lógica?

A deputada Jandira Feghali, relatora do Projeto de Lei 2.331/2022, defende que o país precisa de uma regulamentação que assegure contrapartidas das plataformas de streaming — que hoje faturam bilhões no Brasil, mas remetem grande parte da receita ao exterior. Segundo ela, “não é razoável que o setor funcione sem regras claras, enquanto a produção nacional enfrenta dificuldades para se financiar e se distribuir”.

O debate ganhou força após dados da Ancine revelarem que, apesar do crescimento do consumo de conteúdo audiovisual, a participação de obras brasileiras nos catálogos das plataformas ainda é limitada. E mesmo no circuito de salas, como mostra o caso de A Hora do Mal, os títulos estrangeiros dominam as estreias e o marketing, dificultando a competição com produções locais.

O sucesso do filme, portanto, serve como alerta: é preciso discutir políticas públicas que equilibrem o jogo — seja nas salas de cinema, seja nas plataformas digitais. A regulamentação do streaming é vista como um passo essencial para garantir que o Brasil não apenas consuma, mas também produza e exporte cultura.

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