Ftoo still do filme O Silêncio das Ostras, que denuncia o desastre ambiental de Brumadinho e Mariana – Créditos: Olhar Filmes
“O Silêncio das Ostras” será lançado no dia 26 de junho e traz à tona as histórias daqueles que foram deixados à margem após os desastres em Brumadinho e Mariana. O filme marca a estreia de Marcos Pimentel na ficção. O longa é protagonizado por Bárbara Colen e Lavínia Castelari. A janela visual da obra aborda a impressionante representação da devastação, tanto ambiental, quanto humana, resultante da mineração em Minas Gerais.
Reconhecido como um dos destaques na 26ª edição do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, agora está em cinemas de todo o Brasil. Além de ilustrar a realidade dos que vivem à sombra da mineração no Brasil, o longa retrata um olhar sobre áreas afetadas pelos maiores desastres ambientais do país, Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais.
Com Bárbara Colen e Lavínia Castelari como protagonistas, a narrativa segue Kaylane, a filha mais nova de uma família que vive a dor das perdas e a falta de esperanças em uma comunidade totalmente atrelada à mineração. O enredo se desenrola ao longo de trinta anos, revelando um ciclo incessante de dor, luta e resistência de um povo oprimido pela exploração do solo e dos seres humanos.
Um filme que faz uma denúncia sensível e relevante
Diferente dos documentários que moldaram a carreira de Pimentel, “O Silêncio das Ostras” se aprofunda em um drama fictício com um toque de realismo intenso. Com a história de Kaylane e sua família, o diretor expõe os impactos devastadores da mineração: solidão, migração forçada, doenças físicas e mentais, degradação ecológica e a perda de identidade cultural.
Além da trama fictícia, a película incorpora imagens reais das tragédias de Brumadinho e Mariana, como a ruptura da barragem da Vale, que resultou na morte de 270 pessoas e na liberação de mais de 12 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos, um impacto comparável a 378 campos de futebol. “A mineração tomou delas não apenas a terra, mas também a fé e a essência”, diz o diretor Marcos Pimentel em nota a imprensa.
Uma estética de resistência
Com a fotografia de Petrus Cariry e direção de arte de Juliana Lobo, o filme retrata um ambiente ocre, desolado e quase apocalíptico, intensificando visualmente o sentimento de desamparo e perda. A edição é de Ivan Morales Jr. e a trilha sonora complementa o silêncio ensurdecedor que inspira o título do filme, o que permanece após a destruição.
A produção é realizada pela Tempero Filmes e Anavilhana, duas empresas reconhecidas por seu compromisso com um cinema autoral e socialmente relevante. A distribuição está a cargo da Olhar Filmes, com o apoio do Projeto Paradiso.
Dez anos após a tragédia em Mariana: a dor ainda persiste
Em 2025, o Brasil comemora uma década do colapso da represa do Fundão (Mariana) e seis anos da calamidade em Brumadinho. Ao invés de apresentar a história como algo já superado, O Silêncio das Ostras enfatiza: não foi uma obra de ficção. A angústia ainda se faz presente, assim como os efeitos sociais, econômicos e ambientais que continuam a afetar a população de Minas Gerais.
Ficha Técnica
O Silêncio das Ostras
Classificação: 12 anos
Gênero: Ficção, Drama
Duração: 127 minutos
Ano: 2024
Elenco: Bárbara Colen, Lavínia Castelari, Sinara Teles, Adyr Assumpção, Lucas Oranmian, entre outros
Direção e Roteiro: Marcos Pimentel
Produção: Tempero, Anavilhana
Distribuição: Olhar Filmes
Estreia: 26 de junho nos cinemas
Assista ao trailer oficial
Hashtag oficial: #NãoFoiFicção
Deixe um comentário