Foto: Divulgação/Site Oficial
O Brasil perdeu, nesta sexta-feira (8), uma de suas vozes mais marcantes. O cantor e compositor Arlindo Cruz faleceu no Rio de Janeiro, aos 66 anos. A informação foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz. Arlindo estava afastado dos palcos desde 2017, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico que comprometeu severamente sua saúde. Desde então, o artista vinha recebendo cuidados médicos em casa.
Natural de Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, Arlindo foi um dos nomes mais respeitados da música popular brasileira, com destaque absoluto no samba e no pagode. Seu talento no cavaquinho, banjo e nas composições o fez brilhar tanto em carreira solo quanto como integrante do icônico grupo Fundo de Quintal, com o qual gravou 11 álbuns entre os anos 1980 e 1990.
Arlindo começou na música muito jovem. Aos 7 anos já tocava cavaquinho e, aos 12, aprendia violão de ouvido. Passou por formação musical clássica e mergulhou nas rodas de samba, onde teve como padrinho ninguém menos que Candeia. Foi também figura central no Cacique de Ramos, celeiro de talentos que revolucionou o samba carioca.
Entre seus muitos sucessos, destacam-se “Meu Lugar”, “O Show Tem Que Continuar”, “Ainda É Tempo Pra Ser Feliz”, “Bagaço da Laranja”, “O Que É o Amor”, “Tá Perdoado” e tantos outros que eternizaram sua poesia na voz de artistas como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Maria Rita, Alcione, Seu Jorge e Diogo Nogueira.
Arlindo Cruz também brilhou no carnaval. Foi autor de diversos sambas-enredo vencedores para escolas como Império Serrano, Grande Rio e Vila Isabel. Ao longo da carreira, recebeu diversas homenagens e prêmios, entre eles o Prêmio da Música Brasileira, e teve álbuns indicados ao Grammy Latino.
Em 2023, o Império Serrano prestou-lhe tributo com o enredo “Lugares de Arlindo”, uma celebração de sua trajetória e influência no samba.
Com mais de 500 composições gravadas e uma trajetória que mistura genialidade musical e devoção ao samba, Arlindo Cruz deixa um legado imenso e uma saudade do tamanho do Brasil. O show, como ele mesmo escreveu, tem que continuar — mas será impossível ignorar o silêncio deixado por sua partida.
Fonte: Novabrasil FM – Luciano Borborema
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