Com audiência oscilando entre 2 e 3 pontos durante praticamente todo o dia e levando sufoco da Band em diversos horários, o SBT decidiu reformular sua grade vespertina a partir do dia 21 de julho de 2025. A emissora aposta em sucessos consagrados de seu acervo para tentar reverter o cenário e reconquistar o público perdido nos últimos anos.
A primeira grande novidade é a volta da novela mexicana Maria do Bairro, estrelada por Thalía, que será exibida às 14h. A trama, um dos maiores clássicos das tardes do SBT, foi um fenômeno nos anos 1990 e retorna à grade em sua oitava reprise no canal.
Outra mudança significativa envolve o humorístico Chaves, que agora contará com três exibições diárias. Recentemente Chaves e Chapolin tiveram os direitos adquiridos pelo Globoplay e TV a cabo, Multishow – VEJA MATERIA AQUI. O seriado de Roberto Gómez Bolaños vai ao ar às 13h e 18h, exclusivamente para São Paulo e emissoras próprias do SBT, e também às 21h50 em rede nacional.
A produção infantil A Caverna Encantada, que já passou por diferentes faixas horárias, será fixada às 17h, substituindo o dorama coreano Meu Amor das Estrelas, que deixará a programação.
Além disso, o SBT anunciou que A Usurpadora terá sua última semana no ar e será substituída pela nova temporada do Casos de Família a partir do dia 28 de julho. Também foi decidido que o jornalístico Tá na Hora, apresentado por Dani Brandi, será encurtado definitivamente, mantendo apenas a edição local entre 18h30 e 19h45.
Nova programação do SBT a partir de 21/07/2025:
13h00 – Chaves
14h00 – Maria do Bairro
14h45 – A Usurpadora (última semana) / Estreia de Casos de Família em 28/07
15h45 – Fofocalizando
17h00 – A Caverna Encantada
18h00 – Chaves
18h30 – Tá Na Hora (edição local)
19h45 – SBT Brasil
21h00 – As Filhas da Senhora Garcia
21h50 – Chaves
22h20 – Programa do Ratinho
“Um Museu de Grandes novidades”
Essa reformulação não é apenas uma tentativa de reorganizar a grade. É, sobretudo, um movimento estratégico para resgatar o público cativo dos tempos áureos da emissora, especialmente durante as décadas de 1990 e 2000, quando o SBT era conhecido como “a TV mais feliz do Brasil”.
Na década de 90 também tinha a Banheira do Gugu. Recentemente, houve uma tentativa de emplacar o sucesso do quadro dentro Programa do Ratinho. Depois de muitas críticas ao nível do quadro, que explora o teor sexual, parece que houve uma desistência de continuar com a atração. O motivo: Ibope. Não surtiu efeito na audiência, ainda bem, diga-se de passagem. Precisamos evoluir em programação e não, retroceder.

foto: reprodução do programa
A História da TV popular passa pelo SBT
Foi nessa era que o canal viveu seu auge de audiência e popularidade. As novelas mexicanas, trazidas da Televisa, dominaram as tardes e conquistaram o público com tramas exageradas, protagonistas sofredoras e vilãs inesquecíveis. Marimar, A Usurpadora, Esmeralda e Maria Mercedes se tornaram parte do imaginário coletivo e ajudaram a definir a identidade do SBT como uma emissora voltada para o gosto popular.
Outro fenômeno da casa foi Chaves, que estreou no canal em 1984 e se tornou um dos programas mais longevos da televisão brasileira. Seu humor simples e atemporal atravessou gerações e continua atraindo bons índices de audiência até hoje. Mesmo com limitações contratuais nos últimos anos, a série provou que ainda tem força sempre que é reexibida.
Nos anos 90, o SBT também investia fortemente em programas de auditório com grande apelo popular: Domingo Legal, Topa Tudo por Dinheiro, Show do Milhão, Fantasia, entre outros. Era uma época em que a emissora chegava a competir diretamente com a Globo pela liderança em alguns horários — um feito impensável no cenário atual, em que canais como a Band conseguem ameaçar o segundo lugar do SBT.
A atual reformulação parece mirar exatamente esse período de ouro. Trazer de volta títulos consagrados, como “Maria do Bairro” e “Chaves”, é uma tentativa de reconectar com o público nostálgico e também de introduzir essas marcas a novas gerações. A emissora aposta na força da memória afetiva para garantir audiência e manter a relevância em um mercado cada vez mais fragmentado, onde o streaming e o conteúdo sob demanda ganham espaço.
Entretanto, essa estratégia também levanta um questionamento: é possível reconstruir o presente apenas com o passado? A nostalgia é poderosa, mas não pode ser a única âncora de uma emissora. Para se manter viva, o SBT também precisará investir em formatos inéditos, narrativas contemporâneas e conteúdos que dialoguem com os hábitos da audiência atual.
Por ora, a missão é clara: reacender a chama da memória coletiva e recuperar parte do prestígio perdido. Resta saber se os velhos clássicos ainda têm força suficiente para mudar os rumos da emissora — ou se essa viagem ao passado será apenas um respiro momentâneo em busca de um novo futuro.
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