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  • Suzana Pires protagonizará e roteirizará nova adaptação de “Tieta” para os cinemas

    Suzana Pires protagonizará e roteirizará nova adaptação de “Tieta” para os cinemas

    Filme dirigido por Joana Mariani promete releitura contemporânea e sensível da icônica personagem de Jorge Amado

    Um dos romances mais marcantes da literatura brasileira, Tieta do Agreste, de Jorge Amado, ganhará uma nova versão para as telas do cinema. A atriz e roteirista Suzana Pires será a responsável por adaptar o roteiro e viver a protagonista na produção dirigida por Joana Mariani, com produção da Muiraquitã Filmes, de Eliane Ferreira.

    Publicado originalmente em 1977, o livro narra a volta de Tieta à fictícia cidade de Santana do Agreste após 26 anos de exílio forçado. Banida pela própria família por seu comportamento considerado “promíscuo”, a personagem retorna à sua terra natal e coloca em evidência as tensões sociais e morais de uma sociedade ainda marcada pelo conservadorismo — questões que seguem atuais décadas depois.

    Segundo a produtora, o filme trará uma “ótica feminina” para a história, buscando ressignificar a trajetória da protagonista e explorar suas camadas de liberdade e resistência. A produção destacará, em especial, a relação entre Tieta e Perpétua, personagens que representam, respectivamente, a liberdade e a repressão.

    A novidade foi anunciada pela Muiraquitã Filmes, responsável por filmes como Retrato de um Certo Oriente (2024) e Querência (2019). Em suas redes sociais, a produtora afirmou que o objetivo é levar essa “personagem complexa e profunda” da literatura brasileira para o mercado global.

    Desafio para Suzana Pires
    Com mais de 30 anos de carreira como atriz e duas décadas como roteirista, Suzana Pires assume o desafio de reinterpretar Tieta, que já foi vivida por grandes nomes do cinema e da TV. Em 1989, Betty Faria encarnou a personagem na novela da Globo, e, em 1996, Sônia Braga estrelou a adaptação cinematográfica dirigida por Carlos Diegues.

    Ainda não há data confirmada para a estreia do filme, mas a expectativa é que a produção revigore o debate sobre os temas abordados por Jorge Amado, trazendo uma perspectiva atual e sensível para a história.

    Fique por dentro

    • Betty Faria e Sônia Braga já interpretaram Tieta em outras adaptações.
    • O romance original foi publicado em 1977 e continua sendo um dos mais relevantes da literatura nacional.
    • A direção de Joana Mariani promete uma abordagem feminina e contemporânea da obra.

  • Geni e o Zepelim: divulgadas primeiras imagens de Ayla Gabriela como Geni

    Geni e o Zepelim: divulgadas primeiras imagens de Ayla Gabriela como Geni

    Ayla Gabriela como a Geni em ‘Geni e o Zepelim’ — Foto: Dan Behr

    O filme “Geni e o Zepelim”, dirigido por Anna Muylaert e produzido pela Migdal Filmes, está com as gravações em reta final. O fime é inspirado na Música de Chico Buarque e as gravações acontecem no Acre, desde o mês de maio. Ayla Gabriela interpreta Geni no filme. Nesta sexta-feira foi divulgado um vídeo da atriz falando da expectativa com a produção que deve estrear em 2026.

     Elenco

    Ayla é uma atriz trans reconhecida por seu trabalho no curta-metragem Pássaro Memória (2023), pelo qual recebeu prêmios nos festivais de Xerém e Barra Mansa. O renomado cantor e ator,  Seu Jorge também faz parte do elenco do filme e interpreta o Comandante, um tirano que chega à cidade em um imponente zepelim.

    Ainda são confirmados no elenco os Atores Gero Camilo (Carandiru) , Enio Cavalcante (Cangaço Novo) e Múcia Teixeira(Cangaço Novo). 

     Polêmica

    Ayla Gabriela como a Geni em ‘Geni e o Zepelim’ — Foto: Dan Behr

    O filme “Geni e o Zepelim”passou por uma polêmica recente relacionada à escolha da protagonista. Inicialmente, a atriz Thainá Duarte, uma mulher cisgênero, foi escalada para interpretar Geni, personagem tradicionalmente vista como uma mulher trans ou travesti. Essa decisão gerou críticas de diversos setores da sociedade, especialmente da comunidade trans, que apontaram para o apagamento da representatividade trans no cinema.

    Diante das manifestações, Anna Muylaert anunciou uma mudança na escalação, optando por uma atriz trans para o papel de Geni. Ayla Gabriela, uma atriz trans estreante em longas-metragens, foi escolhida para protagonizar o filme. Essa decisão foi bem recebida, sendo vista como um passo importante para a inclusão e representatividade trans no audiovisual brasileiro.

    Produzido por Iafa Britz, da Migdal Filmes, e coproduzido pela Paris Entretenimento e Globo Filmes, o longa já nasce com grande expectativa de público e crítica. A distribuição será feita pela Paris Filmes, o que garante uma boa inserção no circuito nacional. Geni e o Zepelim promete ser um dos grandes lançamentos do cinema brasileiro nos próximos meses, tanto por sua potência visual quanto pelo debate político e estético que propõe.

  • Pecadores: filme fala sobre algo além do que a cor da pele pode sentir

    Pecadores: filme fala sobre algo além do que a cor da pele pode sentir

    Por Francisco Julio Bárbaro Xavier

    Crítica

    Pode conter spoiler. Pecadores (Sinners) é um filme de terror, diz alguns divulgadores da saga do  diretor Ryan Coogler e o ator Michael B. Jordan. A dupla  trabalhou juntos em “Creed” (2015) e “Pantera Negra” (2018), sucesso de bilheteria.

    Michael B. Jordan, vem em dose dupla no filme. O ator interpreta os irmãos gêmeos Smoke e Stack. O filme, não é necessariamente de terror, mas fala sobre vampiros. Esses vampiros podem ter um tonalidade bem apática que os colocam bem acessos, com tons ofuscados pela realidade ainda mais sanguinária: o racismo na região no Mississipi, nos EUA, no início da década de 30.

    Poucas décadas após a abolição da escravatura no pais, a comunidade negra vive os assombros terríveis causados por grupos de ódios chamado de Ku Klux Klan.

    Esses grupos são extremistas radicais, disseminadores de ódio da extrema direita protestante que perseguiam e matavam negros e imigrantes. O filme faz uma menção a personagens imigrantes e descendentes que sofriam com a perseguição destes grupos. Os personagens orientais são Grace Chow, interpretada por Li Jun Li, e Bo Chow, interpretado por Yao.

    Pecadores destroem demônios

    Essas personagens orientais têm uma relevância na história, porque também fazem parte da comunidade oprimida na região. Eles são os únicos que podem entrar na casa de show criada pelas os irmãos.

    A engrenagem do filme, por demais interessante, é  assim, porque começa a ser contada como um rotineiro e suave filme de roteiro tipicamente americano, com sua abordagem aberta para mostrar o cotidiano e ambientação da comunidade passada no ano de 1932.

    Só por isso ele já mereça uma chance para atrair o cuidadoso telespectador. Mas depois de passado o momento monótono e linear,  vem estranhamente , que parece destoar de um filme tranquilo, uma quebra impressionante, que destoa de uma história de irmãos que se viram como pode e decidem abrir um bar em sua terra natal. Já por isso mereça aí um prêmio por melhor roteiro.

    Cenas que parecem totalmente fora de contexto, aparecem na frente dos indivíduos que assistem como um surto, mas não esses de terror barato. Eles entram por atmosfera que deixa o telespectador achando que o filme errou de prumo, ou que entrou uma cena errada no corte.

    De uma hora pra outra tudo muda. Se você não leu a sinopse, não acharia nunca que aquela filme fala de vampiros, até saltar na sua tela uma cena caprichada de alta destruição. 

    O mal só entra na vida do pecador se ele deixar entrar. Não é por educação, mas total falta de humanidade. Eles estão mortos, não vivem por uma eternidade. Não são humanos.

    A cura vem da alma

    O cântico ancestral ultrapassa as fronteiras do tempo. Ultrapassa os mundos e chegam ao universo do som. As fagulhas do cântico criam armaduras nas paredes do recinto e cria portais de proteção vindos das camadas ancestrais de choros, forças e curas de uma raça.

    Para aguentar a maldade e lutar por vida, sempre, desde os tempos mais cruéis de uma desumanidade, a força sempre foi alimentada pelo música que saía pelos poros da pela preta.

    O mundo conhece a música Black, o mundo conhece a música sentida e vivida na pele. O lado negro da força é preto, é corte e sangue. Sangue que foi derramado, é jorrado ainda pelas vielas de pardas e nubladas cidades cinzas.

    Se o filme fala de vampiros sanguinários? Se você olhar com calma, não estamos falando de vampiros, nem de gente se fala. O filme fala de ódio. De demônios que matam e que alguns tentaram a ferro e fogo sobrevivem ao mal que não pede licença para matar.

    Esse filme fala de perdas e de encontros com o divino. Talvez ele fale também de dor em ser o que se denomina um ser: pecador.

    Uns precisam de muito perdão para merecem serem considerados filhos de um Deus. Outros muitos mais precisam de perdão para as bocas e almas sebosas, que ousam matar filhos dos deuses.

    Por Francisco Julio Bárbaro Xavier